Vivemos em uma sociedade que valoriza a exposição constante, onde a presença nas redes sociais, a produtividade e a aparência de bem-estar se tornaram quase obrigatórias. No entanto, há momentos em que simplesmente não estamos bem – seja por questões emocionais, físicas ou existenciais. Nesses períodos, surge uma necessidade legítima e saudável: a de sermos invisíveis.
Ser invisível não significa desaparecer ou negar a própria existência, mas sim criar um espaço de recolhimento, onde seja possível respirar sem a pressão dos olhares externos. É um ato de autopreservação, de cuidado com os próprios limites. Quando nos permitimos sair do palco e ir para os bastidores, encontramos tempo para reorganizar pensamentos, processar emoções e recuperar energia.
O problema é que, muitas vezes, sentimos culpa por essa escolha. Fomos ensinados a estar sempre disponíveis, sempre fortes, sempre presentes. Mas ninguém é incansável. Permitir-se não estar bem é um gesto de coragem. Reconhecer a vulnerabilidade é uma forma de autenticidade e um passo essencial para a saúde mental.
Precisamos normalizar a ideia de que o silêncio, a pausa e a ausência não são sinais de fraqueza, mas sim de maturidade emocional. Ser invisível, às vezes, é apenas uma forma de voltar a ser visível para nós mesmos.