A Individualidade do Trauma

Picture of Artigo por

Artigo por

O Trauma não é generalizável. Quando temos em conta a história de cada pessoa e a sua individualidade, compreendemos que uma situação específica não vai deixar marcas permanentes em todos nós ou, pelo menos, de igual forma. Como nos diz Gabor Maté, Trauma não é o que nos aconteceu, mas sim o que aconteceu dentro de nós em resposta à situação.

            Estar presente no campo de batalha de uma guerra é considerado um evento traumático, certo? Ora… nem sempre. Em algumas pessoas, experienciar uma guerra vai abalar por completo a sua estrutura interna. Por outro lado, existem pessoas que conseguem resolver esta situação dentro delas e não experienciar este evento como traumático, isto é, não tem o poder de assombrar o resto das suas vidas.

            Pensemos num outro exemplo: ser mordido por um cão. Um evento que para muitos não passou de um imprevisto, para outros gera um medo intenso e um evitamento constante de cães para o resto da vida. Algo que não passou de um episódio para alguns, tem um impacto tremendo e condiciona o quotidiano de outros.

            O Trauma é subjetivo. Dependendo das nossas experiências e da resiliência que desenvolvemos até ao momento, podemos conseguir ultrapassar experiências potencialmente traumáticas sem criar grandes conflitos internos.  É neste aspeto que a resiliência assume um papel muito importante. Através de experiências de amor, segurança e apoio, desenvolvemos uma defesa contra as adversidades da vida. Aprendemos a ver uma variedade de caminhos e a adaptamo-nos às situações inesperadas que vão, seguramente, acontecer.

            Quando algo falha e experienciamos o Trauma é importante lembrar que não estamos sozinhos. Não é tarde de mais para melhorar. E como nos diz o pai da Psicanálise, é uma cura pelo amor.

Compartilhe:

Pode também ler:

Daniela de Carvalho

Saudade

Em época de férias, parece estranho falar em saudade, tema característico da cultura portuguesa, manifestamente expressado pelo nosso Fado. No entanto, mesmo nas férias, parece ser um sentimento sempre presente; seja a

Ler Mais »