Com a rotina trabalho/escola a funcionar em piloto automático na dinâmica pais-filhos, as férias escolares remetem-nos para uma realidade diferente e que prediz alguns ajustes.
Se acompanhado do bloco escolar, havia também o futebol, a natação, o judo, a dança, a patinagem ou outra qualquer atividade extracurricular que preenchia os seus dias, no Verão a rotina das crianças muda completamente e a criação de hábitos saudáveis e de relação que se estabelece com as figuras paternais ganha ainda mais importância!
Para isso, a relação que estabelecemos com os nossos filhos é determinante para o seu desenvolvimento, como nos diz Mondin (2005) a família desempenha um papel socializante fundamental na aprendizagem e processo de desenvolvimento social, constituindo-se como um modelo para muitos tipos de comportamentos e atitudes.
Recentemente, a literatura enfatiza a importâncias das práticas parentais orientadas para um relacionamento e relações familiares mais abertas e confiáveis, introduzindo práticas de atenção plena, promotoras de cuidados responsivos e sensíveis às necessidades da criança, facilitando o estabelecimento de relações seguras e estilos parentais promotores do saudável desenvolvimento psicossocial da criança (Moreira & Canavarro, 2016).
Numa altura em que a pressão para se ser um pai ou mãe perfeitos é cada vez maior, e a crítica é cada vez mais fácil, ser um pai ou mãe de forma mais consciente é confiar mais no seu instinto e menos nos medos e opiniões dos outros. É conseguir colocar-se melhor no lugar da criança e perceber melhor as suas necessidades e conseguir também reconhecer as suas necessidades enquanto pai/mãe. É ver neste papel de pai/mãe uma oportunidade de auto-conhecimento e de crescimento, promovendo relações de cooperação com os filhos.
Caminhamos assim de educação para relação, pois sabemos que é na relação que encontramos a solução para os desafios que temos. A qualidade das relações entre as crianças e os principais adultos na sua vida determinam praticamente a sua felicidade, a sua saúde, o seu bem-estar e o desenvolvimento da sua autoestima.
Referências Bibliográficas:
Moreira, H., Canavarro, M. (2016). Psychometric properties of the interpersonal mindfulness in parenting scale in a sample of portuguese mothers. New York: Springer Science+Business Media
Mondin, E. (2005). Um olhar ecológico da família sabre o desenvolvimento humano. Psicologia Argumento, 23 (41), 25-35.